sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Corrupção?

Eu, como adepto de desporto enfrento engarrafamentos de trânsito, temperaturas gélidas, horas seguidas em filas e bancos duros - tudo para assistir a um simples jogo. Esta dedicação - há quem lhe chame fanatismo - tem, em geral, raízes nos anos da juventude. Em crianças, todos nós fãs, sonhamos que também um dia poderiamos ser estrelas do desporto de que mais gostamos. Mesmo depois de mortas essas esperanças, o fascínio pelos desportistas não diminui.
Há uma identificação clara com a equipa. Dura "séculos".
A fidelidade a uma equipa dá aos adeptos um sentimento de pertença, de partilha, que lhes é fundamental.
Num mundo cheio de incertezas e ambiguidades, o desporto oferece respostas bem definidas. As suas regras são claras e conhecidas: o jogo ganha-se, perde-se ou empata-se. Depois dele, os adeptos podem discutir sem fim sobre o que poderia ter sucedido, mas as palavras não modificam o resultado ou que quer que seja.
Embora a maioria dos adeptos se mostre contente com a vitória ou triste pela derrota, nos últimos anos os acontecimentos desportivos parecem cada vez mais despertar manifestações violentas.
A mim, e para a maioria de muitos bons adeptos, só me interessa a emoção, a excitação do jogo e o prazer que dá aos adeptos das equipas rivais verem actuar a equipa de que sou fã!
Aí, somos todos corruptos...